Indígenas protestam e exigem liberdade de lideranças presas em operação da Polícia Federal

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Nesta sexta-feira (6), moradores da Aldeia Limão Verde, em Amambai, sul  realizaram uma manifestação às margens da rodovia MS-156, em protesto contra a prisão do cacique Delfino Borvão e de outras duas lideranças indígenas. Os detidos são investigados pela Polícia Federal no âmbito da operação Nhemomba’e, deflagrada na quinta-feira (5).

A operação tem como objetivo combater crimes como organização criminosa, ameaça, lesão corporal, posse e disparo irregular de arma de fogo e até mesmo tentativa de homicídio dentro da Terra Indígena Limão Verde. A ação contou com o apoio da Polícia Militar e da Força Nacional de Segurança, sendo cumpridos oito mandados de busca e apreensão e realizadas três prisões: uma preventiva, uma por mandado em aberto e outra em flagrante por posse ilegal de arma de fogo.

As tensões na comunidade têm origem nas eleições de novembro de 2024, para escolha da liderança local. O pleito foi marcado por disputas acirradas e contestação dos resultados. Segundo a investigação, um dos envolvidos, inconformado com a derrota, teria se autoproclamado líder e buscado impor sua autoridade por meio de atos violentos, o que agravou os conflitos internos.

Contudo, os manifestantes, que já haviam interditado a rodovia MS-156 no dia anterior, defendem que os presos estão sendo acusados injustamente. Segundo os protestantes, as prisões representam uma violação da autonomia indígena e não refletem a realidade dos fatos ocorridos dentro da comunidade.

O movimento desta sexta-feira segue pacífico, mas expressa o crescente descontentamento das comunidades indígenas com a condução da operação e com a forma como as lideranças locais têm sido tratadas. Não há previsão de encerramento da manifestação, e o clima segue tenso na região.

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